Os 4 melhores jogos de guerra para PS4 com Campanhas incríveis


Maurício Amaro
Maurício Amaro
Acadêmico e pesquisador na área de Game Studies

Jogos de guerra estão entre os mais populares nos consoles da Sony. Franquias como Battlefield, Call of Duty e a já aposentada Medal of Honor fazem ou fizeram muito sucesso desde o PlayStation. Hoje no PlayStation 4 não é diferente, já que esses títulos oferecem um gameplay frenético e intenso tanto nas Campanhas quanto no multiplayer, com um alto nível de competitividade.

Os games que trazemos nesta breve lista não são, no entanto, apenas aqueles "clássicos". Você verá dois títulos muito diferentes das franquias mais conhecidas, mas que mostram o horror e a intensidade da guerra de forma bastante real. Se você é daqueles que ainda gosta de uma experiência single player, certamente vai querer jogar esses jogos.

1. Battlefield 1

Battlefield 1 PS4

Battlefield 1 é um dos mais aclamados títulos de guerra dos últimos anos. Um jogo muito próximo da perfeição, tendo recebido críticas muito positivas em reviews especializados. Apesar de as mecânicas e de a jogabilidade não terem recebido muitas inovações, a última criação da EA DICE de uma boa revitalizada na franquia.

Nesse game, a Primeira Guerra Mundial é mostrada em toda a sua brutalidade. Os combates são sangrentos, desumanos e apelam ao sentido mais primitivo do jogador, que é o de sobreviver a qualquer custo. Todas as armas da época, como rifles de ferrolho e lança-chamas, estão presentes.

Várias Campanhas em uma só

O modo Campanha de Battlefield 1 tentou trazer uma renovação à forma como o single player da franquia vinha sendo apresentado. Em vez de seguirmos apenas uma personagem, agora temos vários. Na verdade, são seis histórias de guerra que não interagem umas com as outras, mas que no fim compõem um retrato fiel do que foi a Primeira Guerra.

Cada história traz personagens de nacionalidades diferentes como protagonistas. É interessante ver que houve uma tentativa de criar um apelo emocional no desenvolvimento das Campanhas. Muito mais do que um jogo de tiro, Battlefield 1 busca oferecer aos jogadores a chance de vivenciar o clima de dor, de perda e de luta por sobrevivência constante que tem em uma guerra.

No multiplayer o bicho pega

Atualmente nós sabemos que todo bom jogo de guerra precisa ter um multiplayer de qualidade. Battlefield 1 não só tem um modo online robusto, como muito divertido. São pelos menos dez formas diferentes de partidas nas quais você pode entrar. Embora algumas sejam semelhantes entre si, como Operations e Shock Operations, cada uma tem suas especificidades.

São quatro classes básicas disponíveis no multiplayer. Três tipos de veículo podem ser controlados, sendo um particularmente interessante, que é a cavalaria. As classes de Elite também estão presentes, sendo duas exclusivas para quem adquire determinadas expansões do jogo.

Guerra sem tática, corajosa e histórica

Battlefield 1 é muito bem embasado em pontos históricos e em fatos. Quem não está lá jogando apenas por dar tiros, mas se importa com esses detalhes, ficará muito satisfeito. Apesar disso, foram sentidas algumas faltas importantes no modo Campanha em relação a pontos de vista. Além de, é claro, as Campanhas durarem muito pouco tempo.

Cabe ressaltar que Battlefield 1 não é um jogo exatamente para quem gosta de montar táticas de guerra. Durante a Primeira Guerra Mundial os combates eram mais vigorosos, quase corpo a corpo, movidos pela emoção. Esse game mostra isso em suas mecânicas de jogo e em sua ambientação, convidando os jogadores a experimentarem combates caóticos e sempre confusos.

E de forma alguma isso é negativo. É justamente por ser caótico, confuso e tenso que Battlefield 1 é atualmente um dos grandes jogos de guerra do PS4.

Você deve jogar esse jogo se:

  • Quiser um jogo de guerra fiel à História
  • Gostar de jogos ambientados na Primeira Guerra Mundial

2. Call of Duty: WWII

Call of Duty WWII

Saltando da Primeira para a Segunda Guerra Mundial, trazemos outra franquia de renome. Call of Duty: WWII é um jogo que em todos os sentidos é um retorno ao clássico. Não só pela ambientação histórica, focada em uma guerra rústica e política. Suas mecânicas de jogo dão um "passo atrás" para proporcionar um gameplay simples, mas eficiente aos jogadores.

Dizemos isso porque os dois títulos anteriores adicionaram pulos e corridas pela parede a Call of Duty. Em WWII voltam os pés apenas no chão, com um estilo de movimento mais tradicional. Ao mesmo tempo, foi introduzida a mecânica hit-the-deck, em que o jogador pode literalmente se atirar ao chão para encontrar cobertura e segurança.

Campanha sem regeneração de energia

Call of Duty: WWII é o terceiro jogo da franquia a não utilizar a regeneração de energia na Campanha. As duas únicas formas de recuperar vida é encontrar kits médicos espalhados pelo cenário ou contar com o auxílio do companheiro médico que o acompanha. Isso traz mais realismo ao gameplay e o torna menos previsível.

A Campanha é centrada em eventos históricos da Batalha da Normandia. O jogador controlará Ronald "Red" Daniels, membro da 1ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos. Todos os seus objetivos o levarão a batalhas no Fronte Oeste. Você irá se deparar com os campos de extermínio nazistas e com outras brutalidades que os exércitos de Hitler causaram.

Multiplayer sem nazis, mas com zumbis

Call of Duty tem sido conhecido por trazer um zombie mode em vários dos seus recentes jogos. Normalmente é um dos mais jogados e aguardados pelos jogadores. Ele retorna em WWII, misturando um modo cooperativo online com um pano de fundo narrativo. Nele, o Terceiro Reich teria criado um exército de mortos-vivos para tentar reverter os rumos da guerra.

O Nazi Zombies é um modo com regras, classes e mecânica de jogo próprias. Difere-se consideravelmente do multiplayer "tradicional" de WWII. Nele você poderá jogar ou com os Aliados ou com o Eixo.

Interessante dizer que os desenvolvedores deixaram de fora os soldados da SS nazista. Apenas o exército alemão está representado no jogo e pode ser usado. Isso foi uma tentativa de não exaltar o nazismo, deixando claro que os soldados do exército alemão, o Wehrmacht, estavam apenas cumprindo com seu dever.

Call of Duty: WWII é realista, profundo e muito bem ambientado

Com a exceção dos zumbis nazistas, esse jogo é bastante realista. Visualmente transmite todo o horror da guerra, e a ambientação sonora é impactante. Os sons das armas, das granadas explodindo e dos tanques de guerra são espetaculares. Mesmo o caos dos vários idiomas no campo de batalha ajuda a imergir o jogador na Segunda Guerra Mundial.

O multiplayer é bem estruturado, com sistema de progressão, área social e nove modos diferentes de competição online. Destacamos o modo War, novidade que acrescenta uma narrativa com objetivos que devem ser cumpridos por um dos lados da guerra a fim de haver um vencedor.

A Campanha é emocionante, profunda e, apesar dos clichês históricos e narrativos, oferece uma visão muito próxima da realidade da Segunda Guerra. Esse é um jogo que não só vale a pena, como é indispensável para quem gosta de história.

Você deve jogar esse jogo se:

  • Gosta de jogos ambientados na Segunda Guerra Mundial
  • Interessa-se pelos modos zombie de Call of Duty

3. Wolfenstein II: The New Colossus

Wolfenstein II: The New Colossus PS4

Wolfenstein II: The New Colossus foge um pouco do estilo "jogo de guerra" ao qual estamos habituados. Ele não é centrado especificamente em uma das Grandes Guerras, mas sim naquele "e se" os nazistas houvessem vencido a Segunda Guerra Mundial. Com uma campanha muito bem desenvolvida, é um jogo que não pode faltar em nenhuma lista do gênero.

Sem multiplayer, porém com muita ação

Wolfenstein II privilegia a experiência solo e narrativa. Como não há um modo multiplayer, tanto local como online, os desenvolvedores e designers conseguiram dar atenção total à construção da aventura da Campanha. O jogo ficou bem equilibrado, com uma jogabilidade acessível e acertada, dependendo completamente do combate para progressão na história.

É possível usar armas de fogo, explosivos, além de combate corpo a corpo. Saltos, corrida e natação estão disponíveis para facilitar a navegação nos cenários. Os inimigos podem chamar reforços várias vezes, principalmente se o jogador preparar uma emboscada para eles.

O sistema de armamento é bastante clássico. O realismo foi abandonado, a fim de dar mais dinamismo ao jogo. As armas podem ser encontradas nos cenários, nos corpos dos inimigos e em caixas. É possível, por meio de um sistema de inventário, ter quantas armas quiser ao mesmo tempo. Em casos específicos dá para combiná-las, para causar mais danos aos inimigos.

E se os nazis fossem os vencedores?

A proposta de todos os títulos de Wolfenstein é criar um mundo distópico em que os nazistas venceram a Segunda Guerra. Em The New Colossus segue a tentativa dos Estados Unidos de se libertar do domínio nazi. Por consequência, libertar também o mundo desse regime.

Há muito poucas referências históricas no jogo. A ideia central é a luta por liberdade, com ótimos toques de ficção científica. Três episódios extras foram disponibilizados por DLC, e eles mostram outros combatentes secundários em variados territórios estadunidenses.

Wolfenstein II é aclamado justamente por ser uma construção ficcional do que seria um mundo nazista. Oferece jogabilidade fluida, simples de ser dominada e com diversas opções de combate. Do estilo Rambo ao modo Snake Eater, os jogadores se aprofundarão em uma narrativa sem clichês e que possibilita ótimas horas de diversão.

Você deve jogar esse jogo se:

  • Quiser um jogo de guerra mais centrado no single player
  • Interessar-se por uma narrativa única e original

4. This War of Mine: The Little Ones

This War of Mine PS4

Quem conhece This War of Mine sabe que, de modo geral, esse é o jogo mais realista que existe com a temática de guerra. Ao mesmo tempo, é completamente diferente de todos os outros. Em primeiro lugar porque o foco é nos civis afetados pelos conflitos, não nos militares.

Sobreviva à fome, às doenças e à depressão

This War of Mine é, acima de tudo, um jogo sobre sobrevivência e sobre como a guerra afeta o psicológico de quem não luta nela diretamente. Você controla vários personagens ao mesmo tempo, cada um com uma história própria, expectativas e maneiras de lidar com sua situação.

Inicialmente Katia, Pavle e Bruno estão presos em uma casa. As horas e os dias passam. É preciso encontrar comida, mantimentos, armas e quaisquer objetos que possam ajudar a transformar o edifício em um lar.

Nada disso é fácil, pois o jogador só pode sair à noite para saquear locais espalhados em um mapa. Mesmo com uma prévia do que pode encontrar em cada local, cada raid noturno é uma surpresa. Você terá sempre que fazer escolhas. Às vezes roubar remédios de idosos, em outras matar famílias inteiras para que você sobreviva.

Cada ação afeta diretamente as personagens. Não é raro que fiquem deprimidas durante semanas ou meses. Algumas decidem abandonar a casa, pois não conseguem lidar com a situação. Há quem ainda opte pelo suicídio.

Um retrato real e cruel da guerra

This War of Mine é inspirado no Cerco a Sarajevo durante a Guerra da Bósnia, que durou de 1992 a 1996. Ao contrário de títulos mainstream como Call of Duty ou Battlefield, esse jogo busca um gameplay mais cru, tenso e cruel. Mesmo sem disparar uma única bala é possível sentir a iminência da morte de forma muito mais intensa do que em jogos tradicionais.

Não é à toa que o modo Campanha do jogo não é nada fácil. Atender a todas as expectativas das personagens e manter a casa segura de invasões é uma tarefa árdua. A desistência por parte do jogador acaba sendo bastante comum. E talvez seja esse a intenção do jogo: mostrar que a guerra é ainda pior para quem não está no campo de batalha.

Você deve jogar esse jogo se:

  • Desejar um jogo de guerra em controla civis e não militares
  • Gostar de jogos muito desafiadores
Maurício Amaro
Maurício Amaro
Acadêmico e pesquisador na área de Game Studies, iniciou suas aventuras pelo mundo dos jogos ainda na infância, nos Arcades de Mortal Kombat. É fã incondicional dos games single player, mas não nega uma partidinha de FIFA no modo Online quando tem um tempo livre.